O agricultor José Rodrigues dos Santos, em atividade aos 97 anos, é um personagem grandioso. Nascido no povoado de Cajueiro, viu o local se transformar em distrito de São José da Tapera, pertencente ao município de Pão de Açúcar, Alagoas, e depois se emancipar. Foi lá que conheceu o beato Pedro Batista, que seguiu até Santa Brígida, na Bahia, e de quem se tornou homem de confiança e cuidador.
Perna cabeluda
A Perna Cabeluda, criação do Radialista Jota Ferreira para preencher um espaço do noticiário radiofônico na década de 70 foi um assombro! E ele mesmo teve que levar ao ar as ocorrências envolvendo uma entidade misteriosa que de apelido de um homem virou um membro apenas, assombrando e surrando pessoas! Não há pernambucano que não conheça pelo menos um causo envolvendo algum amigo de amigo que seja.
Segregação
Até as eleições municipais de 1968, em Rodelas, brancos, negros e índios Tuxás não dançavam sob o mesmo teto. Quem tinha pele alva frequentava o Salão dos Brancos, na rua da Frente; Tuxás e negros faziam suas festas no Salão dos Morenos, na avenida Manoel Moura.
Força do destino
Ninguém foge ao seu destino, acredita-se. Nem mesmo aquele cuja destinação foi dada por ação humana como aconteceu com o Galo Aparecido do nosso relato de hoje.
Serrita 2019
A Missa do Vaqueiro é um evento que atrai a cada ano um número maior de participantes. A celebração começou a partir do assassinato do vaqueiro Raimundo Jacó Mendes, cuja coragem era exaltada no sertão. Ele foi executado traiçoeiramente na caatinga, na localidade de Sítio dos Lages, em Serrita, a 550 quilômetros de Recife, capital de Pernambuco.
Peixes em extinção no São Francisco
O padre italiano Pier Antonio Miglio, 65 anos, da Diocese de Floresta, pesca desde quando era criança. Há 40 anos, ele trabalha em cidades atravessadas pelo rio São Francisco, na Bahia e em Pernambuco. Responsável por um projeto de criação de peixes atualmente, ele não deixa de sair de manhã para pescaria no lago formado pela barragem de Moxotó.
Pescadores em barragem
Pescadores do rio São Francisco, que agoniza lentamente, conseguem sobreviver de seu trabalho em raros redutos. Um deles é no lago da barragem da Usina Hidrelétrica de Itaparica (hoje chamada de Luiz Gonzaga), no rio São Francisco, entre os estados de Pernambuco e Bahia. Lá, conseguem pescar tilápias, curimatãs, caris e piranhas, que são vendidos as feiras das cidades de Floresta e Belém de São Francisco, no lado pernambucano.
Frei Damião: o homem
O padre italiano Pier Antonio Miglio, 65 anos, 40 deles dedicados aos sertanejos e ao sertão, conheceu bem seu conterrâneo Frei Damião. Nas dioceses de Paulo Afonso (BA) e Floresta (PE), ele teve a oportunidade de se encontrar várias vezes com o capuchinho, tendo inclusive o recebido como hóspede em casa. Antonio desmistifica a imagem normalmente atribuída ao homem que está para ser santificado pelo papa Francisco:
“Eu tive a sorte de conhecer Frei Damião. Ele era realmente uma pessoa única no mundo dele, era uma graça. Nada a ver com o que diziam: que ele não comia, que não pisava no chão, que fazia penitência. Na minha casa ele tomava refrigerante com todo gosto e botava os biscoitos champanhe no refrigerante ” – conta.
Aonde o tempo para
Há locais no sertão em que a sensação é de que o tempo para. A fazenda Boa Sorte, no semiárido pernambucano, é um deles. Lá, as criações de animais, a produção de alimentos de subsistência e a manutenção da propriedade são feitas como no passado.
Toada para a Fábrica Peixe
O poeta e cantador José Cosme de Lima, o Zé Galego, 67 anos, vive hoje em um abrigo para idosos, em Arcoverde (PE). No entanto, só precisa de milésimos de segundo para reencontrar o passado, que ficou na terra natal, Pesqueira, a 43 quilômetros de distância, e de dois minutos para cantar a toada que fez sobre a fábrica Peixe, motivo de orgulho para os pesqueirenses por um século.