O “Rosário Apressado” é uma reza para os aflitos. Só deve ser usada nos momentos de maior necessidade, segundo Cícero Lázaro Moreira, de Canindé, cidade do sertão cearense.
Rezas diversas
Na segunda e última parte do vídeo sobre Rafael de Souza Santos, 21 anos, um dos raros artesãos que conhece e faz os poderosos cordões de São Francisco, usados em rezas e para guiar os mortos ao Céu, nos ensina as orações feitas para curar quebranto, dores diversas, sol e sereno e espinhela caída. Também mostra como o cordão é usado durante algumas rezas. Por fim, ensina o bendito que deve ser entoado durante a confecção da corda de frade.
O cordígero
Rafael de Souza Santos, 21 anos, se tornou um afamado fazedor de cordões de São Francisco, em São Félix do Coribe, no sertão baiano. Nos últimos anos, é muito difícil encontrar cordígeros, por isso, uma antiga tradição está minguando.
Menino rezador
Nossa história hoje é sobre o menino rezador Rafael. Aos 12 anos, ele já se inquietava no desejo de seguir os passos da avó octogenária, rezadeira afamada. Dela aprendeu as primeiras rezas e iniciou-se, ainda criança pagã, a fazer o bem na comunidade em que reside, no distrito de Pedra Branca, em Canudos (BA).
Contraveneno
Usado por algumas benzedeiras em seus processos de cura, o cuspe é milenarmente conhecido. Afinal foi com saliva que, segundo o Evangelho de Marcos, Jesus curou um cego de nascença. A cultura popular e a medicina rústica se arvoram em curas e benzimentos, e é antiquíssima a fórmula que reza: “Jesus, Maria e José, cuspe em jejum mezinha é!”
Os curadores de cobra são conhecidos por todo o Brasil. Costumam, como Seu Zé Galego, serem identificados na tenra infância ao serem provados na própria carne escapando ilesos dos mais bravos venenos.
Foi assim com o nosso amigo entrevistado – a partir daí a sua própria saliva ganhou valor positivo e passou a salvar animais das peçonhas malditas que inexoravelmente os levaria a morte.
Hoje, aos 78 anos, sem nunca ter recebido dinheiro pelos seus inúmeros salvamentos, vive em paz em sua roça em companhia da cadelinha que é a luz da sua vida, com o coração tranquilo por só fazer o bem sem amealhar nisso caraminguás que lhe favoreça riqueza.
Nota da redação: Meus Sertões adverte que a cura para o veneno de cobras e de escorpiões só é cientificamente comprovada após o uso de soros antiofídicos e antiescorpiônicos. Em caso de picadas, leve a vítima imediatamente para um hospital.
Ajuda à morte
Desde a Idade Média, os manuais de bem morrer compilam tradições e superstições de todos os tempos.
Ai de quem morresse “de repente”!
Sonhos e feitiços
Olhos esverdeados e boa visão, os sapos, por terem apetite voraz foram criados em algumas regiões do mundo para dar conta dos insetos, pois, para maior eficiência, possuem línguas compridas alcançando as suas pequenas presas a longa distância.
Mata protegida
“O Caipora existe sim. É o rei dos bichos como um cachorrão de pêlos tão grandes que descem da barriga ao chão. No rosto tem feição de gente.” Assim começa a sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo, Aluísio de Almeida, em 15 de junho de 1945.
Pagando pecados
A culpa nos colocou na terra e nos fechou as portas do paraiso. A vida eterna é certeza dos cristão que partem deste mundo em conciliação com Deus, quite com a sua história.
Mas há o purgatório! Esta grande “invenção” medieval que nos coloca em compasso de espera a arder em fogo e pagar por erros ainda passíveis de perdão e que abriga almas desconsoladas capazes de salvação.
No dizer da nossa amiga, ainda se pode cumprir na terra o que ficou a dever, sem se livrar do fogo que castiga.
Na narrativa de Dona Zifa a doutrina é recheada de fantasias e espantos, uma “exempla” a querer ensinar que “aqui se faz e aqui se paga”, mesmo depois de morto.
De Caldas do Jorro, município de Tucano, em visitas cheias de assuntos em sua varanda, Dona Zifa conta histórias incríveis com seu falar de mulher experiente, sabida das coisas. Vejamos o que nos revelou a amiga do sertao baiano, a ensinar para o mundo os pesares de um cidadão que enganou uma moça e teve que pagar mesmo depois de morto em trânsito curioso entre a terra e o purgatório.
A anta possuída
Não é de hoje que lugares recebem o nome de um acontecimento, aspecto geográfico ou pessoa que tiveram uma história marcante na região.