Em fevereiro de 2017, o site Meus Sertões recebeu e-mail de Camila Gabrielle, estudante de jornalismo da Unesp/Bauru, cidade do interior paulista. Ela queria conhecer melhor nossa proposta de cobertura do semiárido.
Cangaço vivo
A MEMÓRIA SOCIAL DO CANGAÇO NO POVOADO DO MARACUJÁ, SERROLÂNDIA (BA) – 1930
KARINA DE SOUSA SILVA
A todos os idosos e idosas que compartilharam suas preciosas memórias para realização deste trabalho, em especial à Vovó Geraldina, que sempre me contou as histórias do cangaço
Maracujá é fruta?
Meu nome é Karina de Sousa Silva. Sou graduada em História pela Universidade do Estado da Bahia. Atualmente estou me pós-graduando em Ensino de Sociologia no Ensino Médio pela Universidade Federal da Bahia. Trabalho como professora na rede privada na cidade de Capim Grosso (BA), onde moro atualmente. …Ler mais.
Currais humanos
Os campos de concentração cearenses de 1915 e de 1932: uma história de isolamento nas secas
Leda Agnes Simões*
Eu venho lá dos sertões onde a saudade se perdeu / Naquela estrada empoeirada que doeu / Feito uma flor que resistiu, assim sou eu – Flávia Wenceslau, 2014
Este artigo é fruto de parte da minha dissertação de mestrado defendida no CPDA/UFRRJ. Por isso, encontraremos aqui fontes históricas, dados, mapas. Uma linguagem acadêmica para um assunto que pertence a todos nós, e principalmente ao povo do Nordeste. Essa mancha na nossa história, é um tema que deve ser estudado, conhecido e falado fora do Nordeste e fora do mundo acadêmico. …Ler mais.
A tradução da seca
DA LITERATURA AO CINEMA, O SERTÃO E O SERTANEJO EM VIDAS SECAS
Clarissa Damasceno Melo [1]
Resumo: Este artigo propõe, considerando tanto a prosa da Geração de 30, quanto o movimento Cinema Novo, traçar a forma com que sertão e sertanejo foram representados em Vidas Secas; primeiro por Graciliano Ramos e depois por Nelson Pereira dos Santos em adaptação para o cinema; quando a literatura sobre a seca se transforma em fotografia da fome. Para tal, faremos a conexão entre complexidades sociais vividas no sertão brasileiro e a produção artística que se propôs a denunciar, esteticamente, tais complexos e contradições. Partiremos da ideia de que, fotografando a literatura regionalista da década de 1930, Nelson Pereira dos Santos consegue denunciar a condição de subdesenvolvimento encarada no país em fins dos anos 1950 e início da icônica década seguinte, concluindo que a condição de sofrimento cíclico em decorrência dos períodos de estiagem, imposto pelo sertão e sugerido por Graciliano, se confirma a cada novo ciclo de secas e que estas, apesar de serem atualmente enfrentadas com melhorias pontuais no estilo de vida do povo sertanejo, continua a atingi-lo de forma a traduzir ainda um problema historicamente negligenciado.
Utopia cristã
O SONHO DO BEATO FRANCISCANO EM ALAGOAS
Resumo: O Direito Canônico da Igreja Católica elege como Beatos cristãos cuja vida possa servir de exemplo e de ferramenta de construção da santidade da comunidade. No Nordeste do Brasil, o povo sertanejo selecionou seus próprios Beatos fora da hierarquia oficial. Estes homens e mulheres povoaram o território nordestino, semeando uma espiritualidade com base na fé, no trabalho e na partilha fraterna, construindo uma utopia de busca da terra prometida, que em muitos casos se constituiu em guerra fratricida com o poder civil.