O mascate Beltrando Caribé chegou a Januária (MG) pelo rio São Francisco, o melhor e praticamente único meio de transporte da região em 1930. Com o tempo, abriu uma loja de secos e molhados, que revendia produtos comprados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nos anos 30, o comércio fervilhava nas águas do São Francisco, tanto que Beltrando resolveu mudar a loja para a área portuária e estender a venda de produtos para o sul da Bahia e Pirapora (MG). O movimento crescia, os negócios expandiam-se para Goiás. …Ler mais.
Dica de longevidade
Jovita Gonçalves da Cruz espera ter a mesma longevidade de seus pais. A mãe viveu até os 99 anos e o pai morreu aos 88. Ela diz que tem saúde de ferro, só toma remédios quando fica resfriada. A única reclamação que faz é das vistas, que ficaram embaçadas para perto. …Ler mais.
No alto das árvores
Nem as dores e dificuldades que todo sertanejo enfrenta tiram a alegria e a disposição da agricultoraJovita, 70 anos, que carrega cruz até no nome. Desde pequena, no povoado de Maruá, em Uauá, onde vivem cerca de 50 famílias, ela aprendeu a subir nos galhos mais altos dos umbuzeiros, mesmo que eles furassem seus braços, para pegar os melhores frutos. É dos umbus que ela sempre extraiu alimento e parte da renda para criar cinco filhos – um deles adotivo – e comprar os remédios para o marido esquizofrênico e incapacitado há 30 anos. …Ler mais.
Trilhos da história
A estação de Queimadas, na Bahia, é importante monumento histórico. Foi nela que os soldados do Exército desembarcaram para combater Antônio Conselheiro e seus seguidores. Aberta em 1886, dez anos antes do desembarque da primeira tropa, a estação era o ponto mais próximo de Canudos, que ficava a cerca de 200 km de distância. Fazia parte da Estrada de Ferro Bahia, que ligava a estação de São Francisco, em Alagoinhas, ao rio São Francisco, em Juazeiro, em percurso de cerca de 440 km. Os trens levavam as riquezas minerais da região. …Ler mais.
O sumiço dos peixes
O rei do rio
Nina era a menor das caravelas da frota de Cristóvão Colombo, o descobridor oficial da América. Ela levou três anos para ficar pronta em um estaleiro de Huelva, na Andaluzia. As caravelas levavam vantagem sobre as naus porque navegavam mais rápido, chegavam mais perto da costa e eram mais fáceis de manobrar. No entanto, com o naufrágio da Santa Maria, Nina, que tinha este nome por causa do proprietário, Juan Niño, virou a nau capitânia. Transportava seu capitão, Vicente Yañez Pinzón, e o comandante Colombo. …Ler mais.
O velho comandante
O comandante Aprígio Nunes navega para os 70 anos a bordo da barca Vitória Régia, no vaivém da ligação entre Juazeiro e Petrolina. Desde julho de 1970, após tentativa frustrada de ser sócio de uma plantação de café, ele está no leme da barca Vitória Régia – a segunda com o mesmo nome que pertence a sua família. …Ler mais.
Cadê os livros?
O trabalho de Luiz Santana Correia, 52 anos, tratador das piscinas do Hotel da Biliu, em Caldas do Jorro, é frenético. Ele limpa os ladrilhos ajoelhado nas bordas, varre o chão, aplica cloro. Faz tudo isso no mesmo ritmo que responde as perguntas. Quer terminar logo. …Ler mais.
Os Regis de Canudos
Pedro Regis disse não a duas ofertas da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), que tenta tirar as famílias que moram no Parque de Canudos, onde foram travadas as últimas batalhas entre sertanejos e o Exército. Aos 74 anos, ele diz que só sai dali para o cemitério. …Ler mais.
Nidinha variedades
A vida para Eronildes Ferreira de Andrade, a Nidinha, consiste em trabalhar e se dedicar à religião. Aos 85 anos, teve “uns namoros bestas, sempre de longe, nunca no portão”. A mais antiga comerciante de Uauá, na Bahia, tem saudades dos pais e das festas em sua casa. Vez por outra, pega-se em cantorias, as mesmas cantadas ao redor do fogo com os “padrinhos de fogueira”, nas noites de São João.