Fenômeno atmosférico

A formação de uma cumulonimbus, grande nuvem em forma de bigorna responsáveis por grandes tempestades, com a ocorrência de raios e trovões causou alvoroço em várias cidades do sertão baiano, no final da tarde desta quinta-feira, dia 19 de março de 2020. Os cerca de 38 mil habitantes dos municípios de Irará, na área de expansão metropolitana de Feira de Santana, e Tanquinho, na região metropolitana do mesmo polo, ficara divididos entre a beleza do fenômeno e o medo de que ocorresse algum tipo de destruição.

O fenômeno, a partir de relatos de moradores, também foi visto nas cidades de Ichu, Conceição do Coité, Santo Estevão, Serrinha, Conceição do Coité, Monte Santo e Feira de Santana. A agitação provocada pela formação da nuvem, que é considerada a mais perigosa de todas, começou por volta das 17h30min. Logo em seguida, Meus Sertões passou a receber fotos e vídeos de Daniele Cerqueira e Vado Alves, colaboradores e amigos do site. Eles também enviaram depoimentos de testemunhas do evento, o que permitiu a edição de um breve vídeo que você pode ver mais abaixo.

TIPOS DE NUVENS
Os diferentes tipos de nuvens a partir da altura em que se formam e atingem (low-baixo; mid-média; high-alta). Gráfico: SOS Curiosidades/Valentin de Bruyn
Os diferentes tipos de nuvens a partir da altura em que se formam (low-baixo; mid-média; high-alta). Gráfico: SOS Curiosidades/Valentin de Bruyn

De acordo com o site Tempo João Pessoa, as dimensões da cumulonimbus são tão grandes que podem ser vistas a até 400 km de distância, dependendo das condições do tempo. Essas nuvens produzem chuva, granizo, raios e até tornados. Além disso, crescem muito verticalmente, podendo atingir a estratosfera, a 23 quilômetros de altura. Os especialistas também explicam que o topo da nuvem é formado de cristais de gelo, enquanto a base é constituída de gotículas de água. Outra característica é que o topo tem a forma de bigorna, que pode levar duas horas para se dissipar.

A formação das cumulonimbus podem ocorrer a qualquer hora do dia e ao longo do ano. Calcula-se que cerca de 1.800 nuvens deste tipo se desenvolvem a todo instante em torno do planeta. O tempo de vida dela tem três fases com duração média de 15 a 30 minutos, cada. Ainda segundo o site Tempo João Pessoa, estas são as três etapas:

Nascimento – Quando as correntes de ar ascendentes levam a formação de uma cumulonimbus. Neste momento, surgem as primeiras cargas de água, mas ainda não há relâmpagos. O processo de aumento de cristais de gelo produz partículas de precipitação.

Maturidade – O crescimento vertical atinge o ponto máximo e o topo fica em forma de bigorna. Isso acontece quando o ar descendente encontra uma inversão de temperatura estável. Os ventos começam a espalhar cirros – nuvens que se formam na alta atmosfera, entre 6 e 12 km de altitude, com temperatura inferior a 0°C. É aí que os relâmpagos começam a ocorrer em toda extensão da nuvem. O ar frio que cai através da nuvem forma corrente descendente de ar, que pode se espalhar para os lados. Nesta fase, a trovoada produz, normalmente, ventos fortes, relâmpagos e chuva intensa.

Dissipação – A nuvem começa a se espalhar para os lados, em camadas, e as correntes frias descendentes são predominantes. O ar frio substitui o ar mais quente da superfície, desligando os movimentos ascendentes dentro da trovoada. A precipitação enfraquece e a nuvem gera sombra que diminui o aquecimento da superfície.

As tempestades são mais comuns sobre os continentes do que nos oceanos. Também são mais frequentes no período da tarde (entre 16 e 18 horas), quando o aquecimento diurno da terra pelo Sol deixa a parte inferior da troposfera (camada atmosférica mais próxima da superfície terrestre, situada de 10 km a 12 km de altitude, na qual a temperatura decresce rapidamente com a altitude e se formam as nuvens e correntes de ar de crescimento instável). No entanto, segundo o site João Pessoa, as tempestades se formam a qualquer hora do dia e mesmo sem aquecimento diurno da Terra.

Os especialistas ressaltam que a frequência de tempestades depende de fatores como topografia, latitude, proximidade de massas de água, continentalidade e presença de diferentes sistemas meteorológicos. Pequena quantidade de temporais são considerados severos.

Uma curiosidade é apontada pelo especialista em ufologia Antônio Azevedo. Ele conta que as nuvens são objetos de estudo de ufólogos porque há relatos de avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) camuflados entre elas. Azevedo acrescenta que lendas do povo celta relatam que deuses vieram dos céus, dentro de “navios gigantescos”, que saíam do interior das nuvens.

 

 

Atualizada às 10h8min – 20/03/2020

Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.

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