Alegria de viver

Marcos Alberto de Oliveira Vieira é sociólogo, professor universitário, gestor público na área de cultura, turismo e meio ambiente e desenvolve projetos no Instituto Vale do Jaguaribe. Em todas as atividades está presente uma antiga paixão: a fotografia.

É dele a exposição “Sorrisos do Sertão”, que estreia hoje na seção Galeria. Marcos, que tem trabalhos em livros, discos, CDs e em tem no currículo exposições coletivas e individuais foi o segundo colocado no 1º Concurso de Fotografia Meus Sertões, em 2017.

Marcos Vieira, sociólogo e fotógrafo cearense.

“O semiárido cearense, brasileiro, é sempre visto como uma coisa seca, da dor, da exclusão. Achei interessante fazer um contraponto com a vontade de viver. Homens, mulheres e crianças demonstram que no sertão há alegria, apesar dos problemas que existem. Essas agruras não apagam os sorrisos e reacendem esperanças e sonhos que podem ser acalentados e cultivados” – diz.

HERANÇA

O pai de Marcos , Alberto Barros Vieira, nasceu em Aracati (CE) e foi para Fortaleza, em 1958, por causa da seca que assolava sua cidade. Na capital, aprendeu o ofício de fotógrafo e passou a trabalhar em casamentos e batizados, além de tirar fotografias para documentos. Chegou a possuir uma pequena loja no centro de Fortaleza.

Ainda no tempo do retoque, da terebintina e das fotografias pintadas, o futuro sociólogo começou a usar uma Yashica Mat 124. A paixão pela atividade continua até hoje. No entanto, a fotografia deixou de ser o seu ganha pão profissional e se transformou em trabalho autoral.

Outra herança familiar é o fascínio que o fotógrafo tem pela região que engloba as cidades de Beberibe, Aracati e Icapuí. Em 15 anos, produziu cerca de 150 mil fotografias sobre elas. Doze de seus moradores fazem parte de “Sorrisos do Sertão”. Nascido em Fortaleza, Marcos receberá no próximo sábado, dia 16 de dezembro, o título de cidadão aracatiense.

Uma das fotos dos personagens sorridentes, a do vaqueiro Beni, ilustra o livro de relatos “O Nosso Ceará”, da escritora Rachel de Queiroz e da irmã Maria Luiza de Queiroz Salek. A publicação foi lançada pela Fundação Demócrito Rocha, em 1996.

Foi através de Demócrito, hoje falecido, que Marcos conheceu a Rachel. Posteriormente, suas fotos ilustraram os textos que ela publicava no jornal O Povo. Também chegou a fotografá-la e a fazer registros da fazenda “Não me deixes”, em Quixadá, que pertencia à escritora.

CONCURSO MEUS SERTÕES
Concurso II
“Tia Áurea fazendo imbira”, Beberibe (CE)

Duas tias de Marcos aparecem em “Sorrisos do Sertão”. Uma delas é dona Áurea, 93 anos. Foi com a foto dela fazendo imbira que ele ficou entre os primeiros colocados do concurso realizado por Meus Sertões.

Outro personagem, Raimundinho é considerado pelo professor como uma representação do “homem feliz” ao qual o antropólogo Claude Lévi-Strauss se referiu ao falar sobre o Brasil.

Casado com Andreia Fernandes Melo, pai de Ravel e avô pela primeira vez, Marcos Vieira pretende fazer duas exposições em 2018. Uma delas se chama “Andança” e é baseada no trabalho de Dante Alighieri. A outra, “Rosa dos Ventos” é sobre a região cearense, híbrida de sertão e litoral, que ele adora.

sorrisos do sertão

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Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.

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3 respostas

  1. Oiii!!

    Minha mãe foi professora no CÉU e o pai do Marcos, sr Alberto Vieira foi fotógrafo de lá.
    Minha mãe queria muito falar com ele para parabenizá-lo pelo seu aniversário. Como faço pra falar com o Marcos Alberto?

    Obrigada!

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