Passei uma semana no assentamento Terra Sagrada, região de Camacan, no Sul da Bahia. O local fica às margens do Rio Pardo. A região é marcada por conflitos agrários. De um lado os povos indígenas que lutam para permanecer em seus territórios e os povos ribeirinhos, que travam árdua luta pela terra. Do outro, grileiros e latifundiários. …Ler mais.
Homem santo
Pedro Santinho não tem só o nome, mas a fama de santo. Conquistou isso pelo acerto com suas rezas, como um bom médico que faz diagnóstico e tratamento corretos. Uma delas é contra a dor de dente. Santinho é agricultor, mas também tem gado miúdo. Certamente é o coração mais puro que já conheci. …Ler mais.
Arte abandonada
É preciso se posicionar a alguns metros de distância para vê-lo por completo. Para senti-lo é necessário que se aproxime. Ao aumentar o seu campo de visão, o viajante vai observar em detalhe todas as histórias contadas em uma das três partes do painel, em forma de mural, finalizado em 1967 pelo artista plástico Lênio Braga, com participação do ceramista alemão Horst Udo Knoff, na Estação Rodoviária de Feira de Santana. Versos e figuras em cordel, cores e textura são uma aula de “sertanejidade”, de “feiradesantanidade”, de “nordestinidade”. …Ler mais.
O glorioso Humaitá
O ‘forte’ Humaitá, clube que lembra uma das passagens da Guerra do Paraguai e se destaca no São João de Barra (BA), foi fundado pela família Meira Lima, no bairro Nossa Senhora do Rosário, em 1896. Ele é mais novo quatro anos do que o Curuzu, a primeira agremiação da cidade. …Ler mais.
Sabor de São João
Quando se fala em São João uma das primeiras coisas que vem à cabeça são as comidas típicas. Maria Rosa aprendeu a cozinhar aos 10 anos, com a ajuda da mãe. Junina de nascimento, começou a fazer comidas típicos para os festejos juninos quase 30 anos depois e transformou isso em uma fonte de renda. …Ler mais.
A batalha mais longa de Barra
As relações entre as duas mais populares agremiações juninas da cidade de Barra (BA) variaram com o tempo, oscilando entre a troca de gentilezas, quando Humaitá e Curuzu desfilavam juntos e subiam no palanque um do outro, e disputas violentas. Hoje, há rivalidade, mas nem próximo do que aconteceu em 1959, segundo o ex-presidente e mestre fogueteiro Francisco dos Santos, o Chiota. É ele quem nos conta como foi a maior de todas as batalhas entre as duas agremiações, história repassada por gerações e que não sai da memória dos mais velhos.
A preparação do arsenal
Francisco dos Santos, o Chiota, ex-presidente do Humaitá e funcionário aposentado do Banco do Brasil, é um dos três últimos mestres fogueteiros que produzem busca-pés para as festas de São João, em Barra (BA), onde clubes com nomes de batalhas da Guerra do Paraguai fazem uma bela festa. A cidade já teve oito fogueteiros, mas dois desistiram da função e os outros três morreram. …Ler mais.
O clube dos fogos de cores
Trinta e cinco anos depois do fim da Guerra do Paraguai, os moradores da rua Jaguara, hoje Marechal Deodoro da Fonseca, e das imediações do Palácio Episcopal, na cidade de Barra (BA) criaram um grupo chamado União Central, e levantaram um mastro embandeirado. No ano seguinte, o mais novo dos clubes que faria a única festa de São João, lembrando a guerra da qual vários barrenses participaram, mudou de nome. Virou Riachuelo, batalha naval vencida pelos brasileiros em 11 de junho de 1865, sete meses depois do início do conflito que se estenderia até março de 1870 e causaria danos econômicos para os países envolvidos, além de dizimar grande parcela da população de homens paraguaios maiores de 20 anos. …Ler mais.
Claudinha Perigo
No campo de batalha, a mais valente das soldadas transforma o perigo em uma sensação maravilhosa que só quem está dentro do fogo é capaz de sentir. Faíscas, chamas e explosões fazem Claudia Regina Damacena dos Santos ganhar mais coragem. Ela se joga no chão, levanta, deixa as bombas explodirem na mão. Os riscos a libertam da dureza dos dias em que não está vestida com a farda do Forte Humaitá, mostrando suas habilidades. É ela quem atrai um número maior de fãs no São João da cidade de Barra, na Bahia, às margens dos rios Grande e São Francisco. …Ler mais.
Cantos de Oxóssi
Mãe Nair é gente de santo em Xique-Xique. Sincrética como boa religiosa baiana, filha de Oxóssi e devota ardorosa dos seus “Cosmes”, abre a sua casa alegremente para quem crer e deseja a saúde.
A rezadeira e mãe de santo cura dores no corpo e cabeça. Também é capaz de livrar os viventes do rasto de sol. Para quem não sabe, o raio direto ou indireto de sol é capaz de adoecer uma pessoa ao tocá-la em partes do corpo. Pé, cabeça, perna…
O tratamento é feito com reza e tocando a área afetada com um vidro ou copo virgem com água.
Neste vídeo, a médica e pesquisadora de cultura popular Helenita Monte de Holanda nos mostra os cantos que Mãe Nair entoa para chamar seu orixá. O deus caçador de uma flecha só, senhor da floresta e dos seres que nela habitam é cultuado no Brasil, em Cuba e em países que a cultura iorubá prevaleceu.
Òké Aro!