O comandante Aprígio Nunes navega para os 70 anos a bordo da barca Vitória Régia, no vaivém da ligação entre Juazeiro e Petrolina. Desde julho de 1970, após tentativa frustrada de ser sócio de uma plantação de café, ele está no leme da barca Vitória Régia – a segunda com o mesmo nome que pertence a sua família. …Ler mais.
“Cachaceiro e raparigueiro”
A história era para ser de João Chima, guarda-poço, primeiro morador de Caldas do Jorro. Continua sendo, mas como ele morreu, em 1978, saiu pelos olhos e pela mente da viúva Joana Maria de Jesus, 90 anos, para quem o ex-marido não passava de “cachaceiro e raparigueiro”. …Ler mais.
Cadê os livros?
O trabalho de Luiz Santana Correia, 52 anos, tratador das piscinas do Hotel da Biliu, em Caldas do Jorro, é frenético. Ele limpa os ladrilhos ajoelhado nas bordas, varre o chão, aplica cloro. Faz tudo isso no mesmo ritmo que responde as perguntas. Quer terminar logo. …Ler mais.
Dois dentes e quatro cordas
José Rosalvo dos Santos nasceu em Creguenhém, no município de Tucano (BA). Como toda criança sertaneja, ajudava o pai, trabalhando com ele nas feiras da região. O velho foi picado por cobras cinco vezes e ficou cego. Foi aí que, para ganhar dinheiro, José Rosalvo virou o Zé do Cavaquinho, após aprender a tocar o instrumento com um copo, uma garrafa, os pés e a especialidade que o transformou na maior celebridade da região: os dentes. …Ler mais.
Os Regis de Canudos
Pedro Regis disse não a duas ofertas da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), que tenta tirar as famílias que moram no Parque de Canudos, onde foram travadas as últimas batalhas entre sertanejos e o Exército. Aos 74 anos, ele diz que só sai dali para o cemitério. …Ler mais.
Nidinha variedades
A vida para Eronildes Ferreira de Andrade, a Nidinha, consiste em trabalhar e se dedicar à religião. Aos 85 anos, teve “uns namoros bestas, sempre de longe, nunca no portão”. A mais antiga comerciante de Uauá, na Bahia, tem saudades dos pais e das festas em sua casa. Vez por outra, pega-se em cantorias, as mesmas cantadas ao redor do fogo com os “padrinhos de fogueira”, nas noites de São João.
Promessa não cumprida
Maria José Monteiro, a Marré, anda agoniada. É que ela fez uma promessa à Santo Antônio e não consegue pagá-la.
A poltrona 45
A moça chega correndo. Carrega quatro bolsas e uma mochila. Por causa dela, o ônibus do Expresso São Matheus parte depois do horário. O atraso é pequeno, três minutos, e ninguém reclama. …Ler mais.
A longa travessia de Manuel
Claudiceia está sentada em um colchão no chão com um bebê quando, finalmente, localizo o imóvel em frente ao orelhão, onde “se encontra o responsável pelo museu”. Cheguei ali seguindo as instruções do bilhete que está preso à porta do memorial do povoado de Canudos Velho. É que, dependendo do ângulo, o telefone público do outro lado da calçada fica diante de duas casas e de um botequim, onde um vira-lata descansa. …Ler mais.
A ascensão de Conselheiro
Jaime Cardoso Campos, 49 anos, filho de Uauá, estabelecido em Monte Santo, tem seis profissões, mas duas destacam-se. A de dono de um serviço de som, de onde retira a maior parte da renda de sua família, e a de escultor, que ele prefere, mas não lhe dá o reconhecimento que espera. …Ler mais.